Três Homens de Bicicleta, de Jerome K. Jerome


No dia a dia, andamos de bicicleta ou passamos o tempo a afiná-la?

«Há só duas maneiras de fazer exercício com uma bicicleta: pode-se "afiná-la", ou pode-se andar nela. Mas não tenho a certeza que um homem que se decida pelos prazeres da "revisão" não fique com a melhor parte. Não está dependente do tempo e do vento; não se incomoda com o estado das estradas. Dêem-lhe para a mão um martelo, uns trapos, uma lata de óleo e uma coisa para se sentar, e fica ali entretido o dia todo. É verdade que tem de suportar alguns contratempos. Não há bela sem senão. Ele próprio anda sempre sujo como um picheleiro e a bicicleta parece que foi roubada, e se fez o possível por disfarçá-la; mas como nunca se afasta para muito longe com ela, acaba por não ter muita importância. O erro de alguns é considerar que se conseguem os dois tipos de exercício com a mesma bicicleta. O que é impossível; não há nenhuma máquina que aguente tamanha exigência. Tem de se decidir se queremos ser "afinadores" ou ciclistas. Pessoalmente, prefiro andar de bicicleta e por isso tenho o cuidado de não ter à mão nada que me possa tentar afinar.»














Três Homens de Bicicleta, de Jerome K. Jerome (trad. Luísa Costa Gomes)

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